O trabalho deixou-me deprimido. Vai daí, deu-me para procurar na Net possíveis significados de "geofilia". Esbarrei com isto!… uma autentica pérola de verborreia cognitiva!...
“Esse arquipélago do eu é o território psíquico do sincretismo, sob forma dialógica: de partes isoladas de meu eu, de minhas ilhas interiores, de meus rochedos-de-carne enseadas corporais, cavernas emotivas – antes que isolamentos – partem aventurosas pirogas, não somente para descobrir outros arquipélagos de outros eu, mas também para me deixar descobrir pelo olhar do outro. É ao me descobrir para o outro que me descubro.
‘Não o que acontece no interior, mas o que acontece na fronteira da própria e alheia consciência, no limiar (ibid.). Este limiar, este limen, impele para descobertas extraterritoriais numa delicadíssima zona em que as partes terminais do próprio e as iniciais do outro se alongam, se confundem, se entrelaçam em corpos-interzonas. A geografia do próprio corpo tem de ser redesenhada segundo mapas rigorosamente novos, mapas descentrados, mapas mais úteis para desorientar do que orientar.
‘O homem não tem um território interior soberano, mas está todo e sempre na fronteira e, ao olhar dentro de si, ele olha nos olhos do outro e com os olhos do outro’ (ibid.).
‘Agora estamos desorientados, deslocados, transferidos. Por meio das interzonas dialógicas, delineia-se uma etnografia do limiar, naquela zona turva do despertar, onde o sono e vigília ainda estão sem contornos precisos, onde as geografias se desorientam e se tornam geofilias. Tudo isso é radicalmente contra as fusões indistintas, as dissoluções individuais, os misticismos colectivos, os materialismos estáticos”.
In Massimo Canevacci (1996:41)- Sincretismos: uma exploração das hibridações culturais, Studio Nobel.
Depois de ler esta passagem, apeteceu-me logo voltar ao trabalho…
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
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