sexta-feira, 2 de outubro de 2009

The Age of Stupid


Estreou no passado dia 22 de Setembro o Filme "The Age of Stupid". Com caracter documental, juntando várias histórias individuais analisadas a partir do futuro, a trama rola em torno da problemática das alterações climáticas e das suas consequências.
Retirando a pelicula de catastrofismo que envolve toda esta problemática, o que mais me tocou foi o antagonismo entre as vidas de tantos milhões de pessoas no mundo, representadas nas personagens que dão corpo ao filme. Se na Europa se 'luta' por travar a construção de um campo de torres eólicas para não perder a vista paisagística ou se tenta travar o alargamento de um tunel para impedir um aumento da circulação de camiões, no Iraque ou na Nigéria, luta-se para encontrar a próxima refeição. Na Índia, procura-se 'combater a pobreza' contribuindo para o desenvolvimento da economica através da expansão do transporte aéreo «low cost».
Vivemos num mundo de paradoxos onde os antagonismos ultrapssam os tradicionais conflitos de interesse entre Estados, Corporações e Lobbys para se entranharem na pele, traduzidos em conflitos interiores individuais, cujo exemplo mais elucidativo é o geólogo, trabalhador da Shell, que se tornou ecologista/ambientalista.
É esta incerteza que torna a narrativa ainda mais dramática: por paradoxal que possa parecer, a capacidade inventiva do ser humano, responsável pelo seu sucesso enquanto espécie, estará agora a ameaçar a sua própria sobrevivência(?).

Para quem não teve oportunidade de ver o resultado final, fica aqui um aperitivo "making of The Age of Stupid"

domingo, 27 de setembro de 2009

Teoria das Cordas


"Por vezes diz-se que o acto de explorar não é tanto o de procurar novas paisagens, mas o de ver com novos olhos".

Acabei recentemente de ler um livro que me serviu de 'leitura de cabeceira' durante os últimos 2 meses.
«O Universo Elegante: Supercordas, Dimensões Ocultas, e a Busca pela Teoria Final» (título original: The Elegant Universe: Superstrings, Hidden Dimensions, and the Quest for the Ultimate Theory-1999) é um livro sobre física muito interessante não apenas pela temática que aborda mas também (e, sobretudo, no meu caso) porque está escrito numa linguagem para leigos.
Partindo de uma abordagem geral sobre a física clássica, o autor Brian Greene, leva-nos para um mundo quase irreal através de uma nova teoria que procura integrar as leis quanticas com a teoria da relatividade geral de Albert Einstein criando, desse modo, uma 'Teoria de Tudo'.
A 'Teoria das Cordas', assim designadas porque assenta na ideia de que toda a matéria é formada a partir de 'tiras' ou 'aneis' de energia vibrante, milhões de vezes mais pequenas do que os átomos, abre caminho para a definição de uma realidade multidimensional que vai muito para além das 3D espaciais+tempo que nos são familiares, acrescentando as estas 4D mais 7 dimensões de forma a integrar todas as forças energéticas responsáveis pelo funcionamento do(s) universo(s).

Pesquisando na NET, verifiquei que o «Universo Elegante» foi adaptado para um programa de TV em 2003 e pode ser visto on-line.
Link do livro (em português): http://www.gradiva.pt/livro.asp?L=2108
Link dos 3 episódios (em inglês): http://www.pbs.org/wgbh/nova/elegant/program.html

 

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O estado ambiental do Planeta (2009)

"Home" é um documentário de Yann Arthus-Bertrand, mostrando uma perspectiva global actualizada sobre o nosso Planeta nas suas maravilhas e nas suas misérias ambientais...

Clicar na imagem para ver o documentário (em inglês, sorry...)
(Disponível também em francês e espanhol, entre outros idiomas)

Nova York há 400 anos atrás...

Em 1609, Henry Hudson inicia a sua terceira viagem de exploração das terras das "Indias ocidentais", percorrendo a costa Leste dos actuais EUA. No início de Setembro, entra no actual rio Hudson que percorre para montante vislumbrando terras que agora correspondem à conurbação em torno de Nova York.
A National Geographic divulgou um vídeo comparando as paisagens que Hudson teria encontrado com a paisagem actual.
Atente-se não apenas aos aspectos visuais, mas imaginem-se os ruídos, os cheiros, as luminosidades que distinguem o mesmo território separado por 400 anos de intervenção humana...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Árvores artificiais para capturar CO2

 
 Um relatório britânico sobre mudanças climáticas pretende fabricar artificialmente o que sempre foi um dos maiores símbolos da natureza: as árvores. A ideia está entre três propostas sugeridas por pesquisadores do Instituto de Engenheiros Mecânicos contra o aquecimento global. As outras duas envolvem "fotobioreatores à base de algas" e telhados refletores em edifícios.
A vantagem, segundo a equipe, é que uma única árvore sintética deverá absorver dezenas de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera, fazendo do invento milhares de vezes mais eficiente do que uma árvore tradicional. O plano dos cientistas é construir, dentro de 10 a 20 anos, uma "floresta" de 100.000 árvores artificiais - cada uma custando 15.000 libras (45.500 reais).
De acordo com o projeto, as árvores serão cobertas com materiais sintéticos capazes de absorver o CO2 através de um filtro. O carbono seria então estocado debaixo da terra em reservatórios de petróleo e gás natural esgotados. Para isso, os cientistas solicitaram ao governo britânico um investimento de 10 milhões de libras (30 milhões de reais) em análises de efetividade, riscos e custos de geoengenharia.
Os pesquisadores, liderados por Tim Fox, sugeriram ainda a instalação de "fotobioreatores à base de algas" nos prédios. A técnica consistiria em containeres transparentes abastecidos com algas que acabariam removendo o CO2 da atmosfera durante a fotossíntese. Uma terceira solução seria desviar os raios solares através de telhados refletores.
in revista Veja
Confrontar com o relatório original

Global Administrative Areas (version 0.9)

A GADM é um projecto da Gordon and Betty Moore foundation for the BioGeoMancer project e corresponde a uma base de dados cartográfica mundial das divisões administrativas de cada país.
Dá sempre jeito ter à mão…

Para descarregar:
http://biogeo.berkeley.edu/gadm/data/gadm_v0dot9_mdb.zip

Mais informação em:
http://biogeo.berkeley.edu/gadm/

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

As coisas que se encontram quando se navega na NET...

O trabalho deixou-me deprimido. Vai daí, deu-me para procurar na Net possíveis significados de "geofilia". Esbarrei com isto!… uma autentica pérola de verborreia cognitiva!...

Esse arquipélago do eu é o território psíquico do sincretismo, sob forma dialógica: de partes isoladas de meu eu, de minhas ilhas interiores, de meus rochedos-de-carne enseadas corporais, cavernas emotivas – antes que isolamentos – partem aventurosas pirogas, não somente para descobrir outros arquipélagos de outros eu, mas também para me deixar descobrir pelo olhar do outro. É ao me descobrir para o outro que me descubro.
‘Não o que acontece no interior, mas o que acontece na fronteira da própria e alheia consciência, no limiar (ibid.). Este limiar, este limen, impele para descobertas extraterritoriais numa delicadíssima zona em que as partes terminais do próprio e as iniciais do outro se alongam, se confundem, se entrelaçam em corpos-interzonas. A geografia do próprio corpo tem de ser redesenhada segundo mapas rigorosamente novos, mapas descentrados, mapas mais úteis para desorientar do que orientar.
‘O homem não tem um território interior soberano, mas está todo e sempre na fronteira e, ao olhar dentro de si, ele olha nos olhos do outro e com os olhos do outro’ (ibid.).
‘Agora estamos desorientados, deslocados, transferidos. Por meio das interzonas dialógicas, delineia-se uma etnografia do limiar, naquela zona turva do despertar, onde o sono e vigília ainda estão sem contornos precisos, onde as geografias se desorientam e se tornam geofilias. Tudo isso é radicalmente contra as fusões indistintas, as dissoluções individuais, os misticismos colectivos, os materialismos estáticos”.

In Massimo Canevacci (1996:41)- Sincretismos: uma exploração das hibridações culturais, Studio Nobel.

Depois de ler esta passagem, apeteceu-me logo voltar ao trabalho…

Portugal a Quente e Frio

O fenómeno de ‘aquecimento global’, ou como agora é mais frequentemente designado ‘as alterações climáticas’, é uma das problemáticas mais mediatizadas da questão ambiental. Embora este seja um assunto que não deve ficar (nem tem ficado) no domínio das discussões entre especialistas, o muito ruído que se tem gerado à sua volta cria ambiguidades, mal entendidos e sentimentos de desconfiança que em nada abonam para uma clara definição do problema e, sobretudo, para a definição de estratégias firmes e coerentes que permitam fazer face aos desafios que se impõem no futuro a curto, médio e longo prazo.

Recentemente foi lançado mais um livro sobre a matéria. Este tem a particularidade de incidir directamente sobre o território nacional. Ainda não li, mas estou com grande curiosidade…

“Portugal a quente e frio”, de Filomena Naves e Teresa Firmino (2009), Livros d’Hoje, 314p.

Texto de apresentação:
“Há peixes tropicais a surgir na costa portuguesa. Há aves que deixaram de migrar para África e passam cá o Inverno. As amendoeiras estão a florir quase um mês mais cedo do que há 30 anos. Nas montanhas, as árvores estão a trepar para fugir ao calor. Na ilha da Madeira, os mosquitos que transmitem a dengue e a febre amarela chegaram, em 2004, e instalaram-se. Só não transmitem as doenças porque não estão infectados com os vírus.
Há muitas incógnitas sobre o rumo que o clima do planeta tomará. Não se sabe onde está o ponto de ruptura do equilíbrio climático. Em parte, vai depender de nós e da maior ou menor quantidade de gases com efeito de estufa que atirarmos lá para cima nas próximas décadas.
A Europa será dos continentes mais afectados e Portugal terá de enfrentar uma das maiores subidas regionais da temperatura. Há quem diga que Lisboa pode vir a ter a temperatura média actual de Rabat.”

Apresentação



Etimologicamente, geo. deriva do grego γεω, que exprime a ideia de terra.
Do mesmo modo, fi.li.a deriva também do grego φιλία, que significa amigo ou φύλλον, que significa folha. Pode também significar fio. Opõe-se a fo.bi.a, que exprime repulsa ou medo.
 
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